INTRODUÇÃO
A Geografia ao longo
de sua institucionalização como campo do conhecimento, da ciência, que analisa
e estuda a organização do espaço, que interpreta as relações entre sociedade e
natureza, teve no trabalho de campo um dos seus mais importantes métodos empíricos
de apreender o mundo.
A importância da
excursão didática, em proporcionar ao aluno e professor o contato direto com
esses processos, ilustra de forma mais precisa como a paisagem se estruturou
historicamente, de como o solo, o clima, o relevo, a hidrografia, implicaram na
forma de ocupação humana sobre o terreno e de seu uso em determinadas
atividades produtivas. Isso não desconsidera a percepção que o indivíduo tem do
espaço geográfico, das suas relações com o lugar, com a natureza, indo além, o
conduzindo para uma análise do lugar, sobre a ação da sociedade no meio e do
seu papel nesse contexto enquanto ser social.
Nesse sentido, Viadana
(2005, p. 51) explica que: “Em tempos de uma necessidade voltada para a
educação a ter como singular preocupação a questão ambiental, torna-se inerente
ao profissional do ensino – em todos os níveis de atuação – mudança para que
novos comportamentos e antigos sentimentos sejam estimulados e postulados no
processo de docência e aprendizado.” (VIADANA, 2005, p. 51).
É sob esta perspectiva
que se assenta nossa proposta, já que as sétimas séries, no segundo bimestre, estudam
a constituição dos recursos naturais, assim também a questão energética e suas
formas de uso e apropriação ao longo do tempo pela sociedade.
Salto e Itu são
cidades antigas, portanto representativas destes processos. Além disto,
oferecem museus e estruturas favoráveis ao ensino e à aprendizagem, agregando
conhecimento em múltiplas perspectivas temáticas.
JUSTIFICATIVAS
Com relação aos
terceiro e quarto ciclos do Ensino Fundamental, observa-se a clara tendência
dos PCN’s recomendarem aos professores uma perspectiva mais humanista de ensino,
focada no aluno, na sua “(...) dimensão sensível de perceber o mundo (...)”,
“(...) rompendo, assim, tanto com o positivismo como com o marxismo ortodoxo
(...)” (BRASIL, 1998, p. 24). Então devemos pensar o campo não somente como
técnica de descrição da paisagem, mas como possibilidade de interação entre as
experiências individuais de alunos e professor naquele ou em outro recorte
espacial em que se proponha a trabalhar didaticamente, mesmo com as
dificuldades que por ventura se coloquem pelo ensino tradicional,
principalmente relacionado aos aspectos naturais da paisagem, que na Geografia
tiveram maior influência das teorias e conceitos positivistas e
neopositivistas.
Concorda-se com Silva
(s.d., p. 1), que vê o trabalho de campo como instrumento de leitura que
desvenda o entorno e estabelece mediação do conhecimento de um processo
dinâmico e dialético da realidade. Trata-se, portanto, de uma “prática andante
de se fazer Geografia”. Ela continua explicando que a teoria e a prática
educacional, que subsidiam diferentes situações de aprendizagem, tem como
resultado o “entrelaçamento da Geografia e da Pedagogia, que se apresenta como
uma educação como força para mudar”.
Portanto, o trabalho
de campo trata-se de importante aporte ao ensino de Geografia nas diferentes
fases do ensino, qualificando e aproximando a prática da teoria, contribuindo para
o conhecimento mais amplo e total da realidade.
METODOLOGIAS UTILIZADAS
A) Desenvolvimento de conteúdo correlato ao tema de
trabalho em sala, com materiais diversificados: apostila, livros didáticos,
recursos audiovisuais, internet, entre outros.
B) Preparo de material e apoio à saída de campo.
C) Visita ao Museu da Energia em Itu-SP pela manhã, ao
Complexo da Cachoeira por volta da hora do almoço e passeio pelo Parque das
Lavras em Salto à tarde.
D) Produção de relatório em grupos de 3 alunos.
RESULTADOS E CONSIDERAÇÕES GERAIS DA ATIVIDADE
Trabalho desenvolvido por alunas da 7a. B
Podemos observar o esforço dos alunos em apresentar as principais características dos pontos observados ao longo da excursão. As anotações trazem aspectos importantes do rio sistematizados pelas alunas:
a) Nas proximidades do centro de Salto: "fedido"; "correnteza forte", "sujo"
b) No Parque das Lavras: "A área é boa por causa da vegetação".
c) Por último aprendizagem e lazer unidos: "Legal e interessante, pois nos divertimos e aprendemos muito ao mesmo tempo".
Trabalho desenvolvido por alunos da 7a. A e B
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirpjVs2BkxgNsA-zwybJ7rWhvdVBwy7RMhMf225bikxt_zWsmHk3ub5iXeGGJ3sLuaJxPJbriWfO5DFuyRwefoMZmQGZMn-27VXUHWTQdL3mPR3erMyKnawtM_gN90cfWRMxYZuYifampi/s320/DSC06266.JPG)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSR9SH5l8DJ7pBy_GGFXu3rlJS1wLxvjzbHV0GqELi-uAmxqDn_RA6ogQSVpn9LXaOX6r6pn2gwO39L1Zu0b9NzYAmnbAtffx21byjAisH4zmoc7TNuNQsVsv1DDNHwnyix01G9NG6N9zN/s320/DSC06270.JPG)
Os trabalhos desenvolveram competências ligadas a teoria e prática do conteúdo de Geografia.
Envolvendo qualidades desde a observação dos fenômenos (Competências Cognitivas Básicas), passando por Operações Mentais Complexas: classificação e interpretação de acontecimentos, chegando até as Competências para Compreender e Agir!!!!
No detalhe, alguns desenhos detalham perfeitamente o olhar para a paisagem geográfica regional de Itu e Salto.
Desde o rio Tietê ao Museu da Energia e Parque das Lavras em Itu e Salto respectivamente.
Na 7C gostaria de destacar o trabalho da Mayara, Milena e Ellen.
Nas 7as A e B os trabalhos e desenhos aqui presentes foram desenvolvidos pelas equipes conduzidas por Gabriel 7B, Bruno 7A, Leandra 7B, Maria Gabriella 7B, Keller 7A, Cainã 7A, Franciele 7A e outros mais...
Parabéns galerinha! Muito bom trabalho.
Abraços,
Prof. Rafael F. de Oliveira
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